** AVISO: NÃO RECOMENDADO PARA PESSOAS SENSÍVEIS**
Friedrich Heinrich Karl Haarmann nasceu em 25 de outubro de 1879 em Hanôver, Alemanha. Um psicopata alemão que ficou extremamente famoso, conhecido como o Vampiro de Hanôver ou o Açougueiro de Hanôver, que estuprava, mutilava, matava e desmembrava suas vítimas.
Foram confirmados os assassinatos de 27 adolescentes alemães, mas ao que tudo indica são mais de 100 vítimas. O título de vampiro veio da sua prática de morder a garganta de suas vítimas e Açougueiro devido as inúmeras mutilações e desmembramento dos corpos de suas vítimas. Crimes com extrema violência.
Haarmann foi condenado à morte por decapitação em dezembro de 1924 e foi executado em abril de 1925.
Infância -
Friedrich era o caçula de seus seis irmãos e desde cedo ele apresentava um comportamento diferente, sempre preferia brincar com suas irmãs de boneca e sempre apresentando um comportamento mais feminino. Logo cedo desenvolveu uma paixão por costura e culinária.
Foi criado em uma família relativamente rica e o relacionamento de seus pais era bem conturbado, marcado por escândalos, agressões e traições. Haarmann era tratado e criado como uma menina por sua mãe, chegando até se vestir com roupas femininas. O que não agradava muito o seu pai, que piorava ainda mais a situação e o relacionamento deles. Seu pai sempre foi um homem muito autoritário, vivia bêbado e não era dos mais fiéis. Ao que parece, suas irmãs não aguentaram a pressão dentro do ambiente familiar e saíram de casa muito cedo e acabaram se prostituindo para sobreviver. Os seus pais permaneceram juntos até a morte de sua mãe, em abril de 1901.
Na escola seu desempenho acadêmico era não era dos melhores, não conseguia prestar atenção nas aulas e foi muitas vezes marcado pelos professores como uma criança mimada e sem futuro, chegou inclusive a repetir de ano.
Aos 8 anos de idade, Haarmann foi molestado por um professor, fato que ele escondeu até seu último dia de vida.
Em 1894, com a autorização dos seus pais, deixou os estudos e conseguiu um emprego temporário como serralheiro e logo em seguida se matriculou na academia militar na cidade de Breisach.
Logo se acostumou com a vida no quartel, tinha um bom desempenho em todas as atividades como soldado. Entretanto, após 5 meses de serviço militar, ele começou a sofrer lapsos de memória. Inicialmente foi diagnosticado como sinais de ansiedade e depois em outubro de 1895, como epilepsia.
Haarmann agora dispensado do serviço militar volta para Hanôver, onde consegue um emprego em uma fábrica de charutos.
Aos 16 anos Haarmann começou abusar sexualmente de jovens que atraía para áreas afastadas da cidade, como florestas e galpões abandonados. Em 1896 foi preso por cometer vários crimes dessa mesma natureza e mandado para uma instituição mental na cidade de Hildesheim. Ele foi diagnosticado com sérios distúrbios mentais e foi ordenado o confinamento por tempo indeterminado.
Sete meses após o confinamento, Haarmaan foge do manicômio coma a ajuda de sua mãe, escondendo-se na Suíça.
Na Suíça ele passou a viver com parentes de sua mãe e logo começou a trabalhar como "faz-tudo", permaneceu por 1 ano e 4 meses até voltar para Hanôver em abril de 1899.
De volta a cidade, ele se envolve com uma mulher chamada Erna Loewert, que engravida pouco tempo depois. Em outubro de 1900, Friedrich é convocado para o serviço militar obrigatório.
De volta ao serviço militar, Haarmann começa a ganhar uma boa reputação com seus superiores, um excelente atirador e um soldado exemplar. Mais tarde chegou a falar que essa época foi a mais feliz de sua vida. Em 1902, exatamente dois anos depois, ele foi dispensado do serviço pelos mesmos problemas de saúde, desmaios, tonturas e foi diversas vezes hospitalizado, sempre apresentando o mesmo quadro.
Após a dispensa militar ele passou a receber uma pensão militar mensal e voltou a viver com sua noiva em Hanôver.
Entre idas e vindas e muitos estresses, ele não conseguia um emprego fixo devido a sua condição médica.
Em 1904 separou-se de sua esposa, após acusa-la de traição. Foi aí que Haarmann passou a viver de pequenos crimes, furtos e golpes, chegando a ser preso diversas vezes entre 1905 a 1912, onde passou boa parte de sua vida.
Em 1913, ele foi preso novamente por roubo e fraudes e condenado a cinco anos de prisão, onde em seus últimos anos de sentença foi autorizado a trabalhar durante o dia e a noite era obrigado a voltar para a prisão.
Em 1918, mudou-se para Berlim, onde viveu pouco tempo com uma de suas irmãs antes de voltar para Hanôver e alugar um quarto para morar sozinho.
Diante do caos em que sua vida se encontrava, logo voltou a ativa no crime e passou a ser informante da polícia, mesmo sendo fichado como criminoso e homossexual(o que era ilegal e punível com prisão na Alemanha na época). Passou a trabalhar para a polícia como forma de desviar a atenção dele mesmo e de suas atividades criminosas.
Aos poucos foi ganhando a confiança da polícia por seus feitos, até que começou a ter certas liberdades e a ficar cada dia mais "solto".
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| Haarmann e detetives. |
Em setembro de 1918, ele fez sua primeira vítima: Friedel Rothe, um adolescente de 17 anos que fugiu de casa.
Familiares e amigos prestaram depoimentos para a polícia onde afirmaram que a vítima tinha sido avistada pela última vez na companhia de Haarmann.
A polícia logo invadiu o apartamento de Haarmann e o encontrou na cama com um jovem de 13 anos sem roupa.
Foi condenado a poucos meses de prisão por abuso de menor e assédio sexual, que fugiu da pena até 1919.
**Ps: Mais tarde ele confessou aos detetives que no momento da invasão ao apartamento, a cabeça de Friedel Rothe estava embrulhada em um jornal atrás do fogão.**
Ainda no mesmo ano, ele conheceu o jovem Hans Grans de 18 anos que tinha fugido de casa após uma briga com seu pai.
A partir daí começaram a ser "amigos", morando juntos e eventualmente tornando-se cúmplices e ele continuou trabalhando como informante para a polícia.
Entre 1918 e 1924, ele cometeu todo os tipos de atrocidades. Todas as vítimas eram do sexo masculino com idades entre 10 e 22 anos, facilmente atraídas na busca por abrigo, emprego, as vezes se passava por policial e dava voz de prisão ou simplesmente fingia qualquer tipo de assistência. Em casa, ele alimentava as vítimas e depois mordia a garganta delas ou estrangulava e em seguida desmembrava o cadáver. **Chegou a falar que a mordida era uma prova de amor**
Era sempre o mesmo ritual, removia todos os órgãos, tudo era retirado e separado em baldes, braços e pernas eram cortados e no final tudo era jogado separadamente no Rio Leine. Na época, vários jovens eram dados como desaparecidos na cidade, um número totalmente desproporcional, aproximadamente 600 jovens.
Em 17 de maio de 1924, duas crianças brincando perto do Rio Leine descobriram um crânio humano próximo ao local onde Haarmann desovava os restos de suas vitimas.
Foram descobertos mais três crânios, o que fez com que a população resolvesse investigar e começasse a vasculhar as proximidades do rio. Mais de 500 ossos foram encontrados pela população, após a perícia, foram identificados vários jovens diferentes e a suspeita logo caiu sobre Haarmann. Ele passou a ser vigiado discretamente por agentes disfarçados em 18 de junho de 1924.
Em 22 de junho de 1924, ele foi abordado por dois policiais de Berlim ao discutir com um jovem de 15 anos chamado Karl Fromm. Após a prisão de Haarmann o jovem informou a polícia que vinha sofrendo abusos e que era ameaçado constantemente.
A policia invadiu o apartamento de Friedrich após a sua prisão e lá encontraram o local repleto de manchas de sangue, os pisos, paredes e roupas. No local foram encontrados diversos objetos pessoais de jovens desaparecidos e logo foram colocados em exposição à espera de identificação por parte dos familiares.
Ele matou tanta gente que já tinha perdido as contas. O seu "cúmplice" foi preso pouco tempo depois.
O julgamento recebeu uma extensa cobertura da mídia, sendo descrito como o "mais revoltante caso na história criminal alemã".
Foi pedido para que ele fizesse o reconhecimento de suas vítimas através de fotos, mas ele afirmava não lembrar de "rostos".
O julgamento durou duas semanas, com um total de 190 testemunhas.
Haarmann disse à polícia:
“Nunca tive a intenção de ferir aqueles jovens,
mas sabia que, se continuasse, alguma coisa aconteceria, e isso me fez chorar...
Eu me atirava sobre aqueles garotos e mordia o pomo de adão, estrangulando-os ao mesmo tempo.
Fazia dois cortes no abdome e punha os intestinos em um balde, depois absorvia o sangue e esmagava os ossos
até quebrar os ombros. Então, podia chegar ao coração, aos pulmões e aos rins, e os picava e punha no meu balde.
Removia a carne dos ossos e punha na minha bolsa de tecido encerado.
Precisava fazer cinco ou seis viagens para levar tudo e jogar na privada ou no rio.
Sempre odiei fazer isso, mas não conseguia evitar – minha paixão era muito maior que o horror de cortar e picar”.
Em 15 de abril de 1925, Haarmann foi decapitado no pátio da prisão de Hanôver.
Suas últimas palavras foram: "Arrependo-me, mas não temo à morte".
Após a execução de Friedrich Haarmann, seu cérebro foi levado para estudos, o que revelou vestígios de meningite.
A cabeça de Haarmann foi preservada para futuros estudos e permaneceu em posse da escola médica de Göttingen de 1925 até 2014, quando foi finalmente cremado.
**Uma carta datada de 05 de fevereiro de 1925, foi dirigida ao pai de Grans. Na carta Haarmann declarava a inocência de Hans Grans. Ele explicou na carta que acusou Hans injustamente, simplesmente por vingança, mas que ele não havia cometido nenhum crime e que também não tinha consciência dos crimes cometidos por ele.**
Até hoje não se sabe a real intenção dessa carta, ninguém sabe se ele estava atormentado pela sua consciência ou se era uma forma de atrasar o seu julgamento.
Filmes inspirados no caso Haarmann
M - O vampiro de Düsseldorf 1931
The Tenderness of Wolves 1973
Der Totmacher 1995
Cyrus: Mind of a Serial Killer 2010
Fontes:
en.wikipedia.org
CrimesLibrary
nydailynews
Criminal Minds Wiki
Google Newspapers 1
Google Newspapers 2