Mentes Perigosas: O primeiro serial killer e pedófilo registrado na história.





Gilles de Rais nasceu na França, em 1405, vindo de uma família extremamente rica, filho de Guy de Montmorency-Laval e Marie de Craon, foi criado sempre com as melhores coisas e desde cedo exercia um tom autoritário sobre os servos do castelo. Ainda criança aprendeu outras línguas e brincava normalmente com outras crianças da sua mesma idade, incluindo o seu irmão René de Susset, com o qual foi muito unido quando criança. Ainda na infância, Gilles(11 anos) e seu irmão ficaram órfãos, ficando sob a guarda do avô materno, Jean de Craon, indo contra a vontade de seus pais no testamento deixado.

Jean de Craon viu a adoção das crianças como um negócio, pois já tinha interesses próprios. Aos poucos os meninos começaram a ser manipulados, ensinados sobre orgulho, o poder sobre as coisas, ganancia e o narcisismo, o que foi crucial para o desenvolvimento da personalidade de Gilles. 
Ele sentia ciumes da atenção que seu irmão recebia de seu avô e foi quando começou a ficar agressivo e a se espelhar em livros que lia. Então, ele começou a praticar brincadeiras ofensivas com as crianças do castelo, sendo extremamente brutal.
Aos 14 anos, seu avô o proclamou cavaleiro e foi quando começou a praticar com a sua espada, em seus treinos eles demonstrava bastante ao mesmo tempo muita agressividade e habilidade.

Gilles começou a praticar atrocidades contra animais, mas logo perdeu o interesse e se voltou contra seres humanos.
Aos 15 anos cometeu seu primeiro assassinato, o que daria inicio a uma vida de horrores e excessos.
A sua primeira vítima foi seu amigo Antoin, que foi convidado para um duelo inofensivo no castelo( como era de costume na época),mas para a surpresa de todos, Gilles estava ali para matar. Ele atingiu Antoin com a sua espada, que agonizou em sua frente até a morte. Por ser um membro de uma família nobre, muitas vezes era acobertado, sendo sequer acusado pelo crime. Aos 16 anos foi para sua primeira batalha, lutando em favor do Duque de Bretanha, de onde saiu vitorioso e seu avô recebeu uma grande recompensa por seus feitos em batalha.

Jean de Craon tenta de todas as formas possíveis casar seu neto, tentando um casamento até com uma criança de 4 anos(Jeanne Paynel). Craon em sua constante busca por meninas ricas, teve a ideia de casá-lo com a sua prima, Catherine de Troir, de 16 anos, uma menina muito rica e com terras que faziam fronteira com as suas.
Na época a igreja proibia casamentos com parentes de sangue, o que fez com que Craon chegasse ao ápice da loucura e sequestrasse Catherine para que Gilles passasse a noite com ela, consumando o ato e obrigando a igreja a aceitar.

Gilles começou então a familiarizar-se cada vez mais com as batalhas, adorava ficar perto da morte e do sangue, sentindo prazer em cada morte. No campo de batalha ele podia descontar toda a sua fúria e agressividade em seus inimigos.
Em 1429, Catherine teve sua única filha com Gilles, Marie. Mesmo depois de casado continuou gastando uma fortuna com festas e orgias, dizendo não amar a sua esposa.

Era uma época de guerra entre a França e a Inglaterra(Guerra dos Cem Anos). Gilles conheceu Joana D'Arc, uma bela e forte guerreira nos campos de batalha e imediatamente se apaixona. Se tornou o braço direito de Joana em suas batalhas, lutando sempre ao seu lado. Em pouco tempo Gilles atingiu o título mais alto do comando das Forças Armadas Reais, Marechal da França.

Joana D'Arc foi traída pelos militares e pelo rei, sendo julgada pela Inquisição e acusada de heresia. Foi condenada à morte e queimada em uma fogueira em 1431, Gilles acompanhou de perto a morte de sua amada e com a morte de Joana, ele se tornou amargurado e sombrio, dizia não ter mais motivos para viver, que morreu junto a Joana D'Arc naquele mesmo dia.

Castelo Tiffauges
Com a morte de seu avô, ele se tornou Barão de Rais, ficando conhecido como Gilles de Rais, herdando toda a fortuna da família. Jovem e muito rico, largou as batalhas e se tornou obcecado por sexo, orgias e morte. Ele largou tudo e refugiou-se no castelo de Tiffauges, onde começou realmente a mostrar quem era, foi despertando todos os seus demônios, seus sentimentos mais perversos, ficando com a mente cada vez mais perturbada. Nessa época ele já não estava com a sua esposa Catherine.

Gastou quase toda a sua fortuna com a produção de um espetáculo de teatro(O Mistério do Cerco de Orleans), onde revivia suas batalhas com Joana D'Arc e era uma forma de ter sempre as lembranças dela. Era uma peça grandiosa, com centenas de figurantes e atores, custava muito produzi-la.

Começou a se interessar também por alquimia e passou a viver rodeado de bruxas, alquimistas e sadistas em seu castelo.
A noite seu castelo se transformava num centro de atrocidades, onde ele torturava, estuprava e assassinava meninos que ele mandava sequestrar.
Gilles usou vários outros lugares para cometer suas atrocidades. Quando era acusado pelo sequestro das crianças, dizia que levava as crianças para a igreja, para que se convertessem a padres.

Em setembro de 1440, Gilles de Rais foi acusado de assassinato, sequestro, bruxaria e sodomia. Sabendo das acusações, centenas de moradores procuraram as autoridades para fazer acusações de rapto de crianças.
Em seu julgamento ele se declarou inocente. Porém, entre vários julgamentos ele escreve uma carta para o rei praticamente confessando todos os seus crimes. Dizia se sentir culpado pelos seus erros, que merecia a morte e afirmava ter matado as crianças por "tentação do diabo".
No final de toda a investigação, ele acabou confessando seus crimes, sendo declarado culpado e sentenciado à morte por enforcamento e depois queimado em uma fogueira.

No julgamento foram descritos suas atrocidades com todos os detalhes. Testemunhas afirmavam que toda vez que o Barão de Rais visitava alguma de suas propriedades, as crianças da região desapareciam. Ao que parece, uma mulher conseguia atrair as crianças para o castelo.

              Em confissão, um de seus servos diz:
"As vezes ele cortava as cabeças, muitas vezes somente a garganta e em outras ocasiões ele quebrava o pescoço com golpes. Depois que as veias eram cortadas, de modo que elas definhavam enquanto seu sangue era derramado, Gilles sentava na barriga das crianças e sentia prazer. Inclinando-se sobre elas, as via morrer."

Em 1432 e 1440, foram contabilizados mais de mil desaparecimentos de meninos com idade entre 8 e 10 anos na Bretanha. Em relatos disseram que Gilles mantinha relações sexuais com os cadáveres das crianças, logo após matá-las(enquanto ainda estavam quentes) e também foi acusado de fazer pactos com o diabo.

              Nos documentos sobre o julgamento está escrito:
"Gilles de Rais falou abertamente e voluntariamente a todos os presentes e confessou que devido ao ardor e prazer ao satisfazer seus desejos carnais, havia matado um grande número de crianças. Muitas vezes praticando vários tipos de tortura. Cometeu vícios sodomíticos com elas quando estavam agonizando e sentia prazer beijando crianças que estavam mortas e julgando qual delas tinha a cabeça mais bonita. Depois, fazia com que seus empregados levassem os corpos e queimasse até virar cinzas."

No dia 26 de outubro de 1440, Gilles de Rais e seus cúmplices foram enforcados e depois queimados, como foram condenados. Até hoje há quem tenha dúvidas a respeito da condenação, visto que todos os servos foram submetidos a torturas e ameaças para obter as confissões. Na época o bispo Malestroit e seu aliado Jean V(duque da Bretanha), tinham interesses pessoais nos bens de Gilles e após a sua morte, todos os bens de fato foram para o duque da Bretanha. E há quem diga que ele realmente era um criminoso.